Trocar o carro a gasolina ou gasóleo por um elétrico parece tentador: menos poluição, menos barulho e incentivos do governo. Mas será que realmente compensa no dia a dia da sua família? Neste artigo do ComparaJá, vamos analisar os custos reais, mostrar exemplos práticos e ajudá-lo a perceber o efeito no seu bolso.

Quanto se poupa com um carro elétrico?

Um dos principais atrativos do carro elétrico é a poupança ao longo do tempo. Comparando com veículos a gasolina ou gasóleo, o consumo de energia elétrica é mais barato do que combustíveis fósseis.

Para um percurso anual de 15.000 km:

  • Um carro a gasolina gasta cerca de 1.050 litros, ou seja, aproximadamente 1.890 euros por ano.
  • Um carro elétrico consome em média 2.250 kWh de eletricidade, o que dá 450 euros por ano (com as tarifas médias).

Ou seja, tendo um carro elétrico, pagar pelo combustível deixa de ser um peso tão grande no orçamento familiar.

Quanto paga um carro elétrico de IUC e manutenção?

Carros elétricos têm também algumas vantagens fiscais importantes: isenção ou redução de IUC, descontos em portagens e, em alguns casos, até facilidades em estacionamentos urbanos. Um carro a combustão médio paga entre 180 e 200 euros por ano de IUC; enquanto com um elétrico esse valor pode ser zero.

Além disso, a manutenção é mais barata, já que há menos peças móveis e menos desgaste em travões e óleo. Um carro elétrico pode poupar cerca de 250 euros por ano só neste capítulo.

Quanto custa carregar um carro elétrico?

O custo de carregamento depende de três fatores:

  1. Capacidade da bateria (kWh);
  2. Preço da eletricidade (€/kWh);
  3. Local de carregamento – em casa, postos públicos ou carregamento rápido.

Carregar em casa durante a noite torna normalmente a conta ainda mais barata, e os pontos de carregamento públicos podem oferecer tarifas competitivas.

Exemplo da família Godinho:

A família Godinho vive em Coimbra: o Tiago, a Joana e os dois filhos pequenos.

Como muitos casais, gerem o orçamento com cuidado — a prestação da casa, as contas mensais, as atividades das crianças — e começaram a questionar-se se valeria a pena trocar o carro a gasóleo por um elétrico. A sua situação atual é a seguinte:

  • Carro a gasóleo com 7 anos
  • Consumo médio: 6 litros/100 km
  • Percurso anual: 15.000 km
  • Preço médio do gasóleo: 1,50 €/litro
  • Manutenção anual: 450€
  • IUC: 180€

A despesa anual total com o carro atual é de cerca de 2.630 euros, ou seja, mais de 210 euros por mês só para o automóvel.

Após fazerem as contas, os Godinho perceberam que podiam investir num carro elétrico usado por cerca de 25.000 euros, aproveitando o apoio de 4.000 euros do Fundo Ambiental.

Além disso, instalaram um carregador doméstico com tarifa bi-horária, pagando 0,20 €/kWh durante a noite.

Tabela comparativa: carro a combustível vs carro elétrico

 

DespesaCarro GasóleoCarro Elétrico
Combustível / energia anual1.530€450€
Manutenção anual450€150€
IUC anual180€0€
Seguro anual350€350€
Portagens / parques120€60€
Custo total anual2.630€1.010€
Custo mensal médio219€84€

Ao fim do primeiro ano, os Godinho poupam mais de 1.600 euros só nas despesas diretas do carro.
Com esse valor, conseguiram:

  • Cobrir metade das férias de verão;
  • Aumentar o fundo de emergência familiar;
  • E ainda pagar parte das atividades extracurriculares dos filhos.

A poupança repete-se ano após ano — e ao fim de 5 anos, o carro elétrico terá gerado uma poupança acumulada superior a 8.000 euros.
Mesmo tendo pago mais no início, o investimento compensa definitivamente a partir do 3.º ano.

Quem pode comprar carros elétricos com desconto?

O governo português mantém incentivos para famílias e empresas:

  • Subvenções diretas na compra;
  • Isenção ou redução de IUC;
  • Descontos em portagens e parques urbanos;
  • Benefícios fiscais para empresas e frotas.

Para uma família que quer planear bem o orçamento, estes incentivos podem reduzir bastante o investimento inicial. Saiba mais neste artigo.

Conclusão

O carro elétrico não é apenas uma moda — é uma opção que pode aliviar o orçamento familiar a longo prazo. Mas é importante olhar para além do preço inicial: autonomia, pontos de carregamento, incentivos e hábitos de condução influenciam o custo real.

Para famílias que percorrem distâncias médias e conseguem carregar em casa, a escolha elétrica pode representar economia real e previsível. Não é só sobre poupar dinheiro, mas também sobre reduzir stress com combustível, manutenção e impostos.